Proteção de Dados e Conformidade na Agenda Corporativa

_{Por Antonielle Freitas, sócia da área de Proteção de Dados}

A transformação digital está remodelando a forma como empresas operam, interagem com clientes e gerenciam informações. No centro dessa revolução, a Proteção de Dados e a Segurança da Informação deixaram de ser apenas requisitos regulatórios para se tornarem pilares estratégicos fundamentais para qualquer organização que busca segurança jurídica, credibilidade e competitividade.

Nos últimos anos, o número de ataques cibernéticos, vazamentos de dados e violações à privacidade aumentou exponencialmente, tornando a conformidade com as leis de Privacidade e Proteção de Dados um imperativo para a continuidade dos negócios. Mais do que uma obrigação legal, adotar práticas sólidas de proteção de dados fortalece a relação com clientes, investidores e parceiros, minimizando riscos operacionais e reputacionais. Isso agrega valor à marca e garante operações sustentáveis a longo prazo.

O impacto da Proteção de Dados para os negócios

Empresas que não adotam medidas robustas de proteção de dados correm riscos financeiros, jurídicos e reputacionais significativos. Casos de vazamentos podem resultar em sanções milionárias, perda de clientes, ações judiciais e danos irreversíveis à imagem da empresa.

Principais riscos para empresas que negligenciam a proteção de dados:

• Graves sanções: a ANPD pode aplicar multas de até 2% do faturamento anual da empresa, limitadas a R$ 50 milhões por infração, além de determinar a suspensão ou proibição do tratamento de dados, o que pode inviabilizar operações, resultando em sérios prejuízos financeiros e operacionais para a empresa.
• Perda de credibilidade no mercado: empresas que sofrem incidentes de segurança perdem a confiança de clientes e investidores, resultando em queda na receita e afastamento de parceiros estratégicos.
• Vazamento de informações sensíveis: dados financeiros, informações estratégicas e registros pessoais podem ser expostos, comprometendo operações e a segurança dos stakeholders.
• Litígios e ações judiciais: consumidores afetados por vazamentos podem recorrer à Justiça para buscar reparações, resultando em expressivas indenizações e processos prolongados.

A proteção de dados não é apenas uma questão de conformidade, mas também um diferencial competitivo. Empresas que adotam boas práticas de privacidade são percebidas como mais seguras, confiáveis e inovadoras, conquistando a preferência de consumidores e investidores.

O que está acontecendo no cenário corporativo?

A ANPD tem intensificado suas atividades de fiscalização, conduzindo processos administrativos para assegurar a conformidade das empresas com a LGPD. Ao mesmo tempo, a expectativa dos consumidores por transparência e segurança nunca foi tão alta. Empresas que não priorizam a proteção de dados enfrentam desafios crescentes em suas operações.

Tendências e movimentações no mercado:

• Requisitos de conformidade digital nas cadeias de fornecedores: grandes empresas estão exigindo que seus parceiros demonstrem conformidade com a LGPD antes de firmarem contratos, tornando a adequação um critério essencial para novos negócios.
• Aumento de ataques cibernéticos: de acordo com dados recentes, o Brasil registrou um crescimento de 95% nos casos de ciberataques em 2024, reforçando a necessidade de políticas estruturadas de segurança da informação.
• Empresas priorizando segurança e privacidade como diferenciais: empresas que adotam políticas claras de privacidade conquistam maior fidelização de clientes e vantagem competitiva no mercado.
• Fusões e aquisições impactadas por compliance digital: empresas que não possuem governança em proteção de dados estão sendo preteridas em processos de M&A (Mergers & Acquisitions) devido ao alto risco regulatório.